Em tempos de maior incerteza e instabilidade como os que se vivem atualmente, o mercado tende a fazer uma escolha “natural”, para apenas algumas empresas subsistirem e passarem à “fase seguinte”. É um pouco como acontece no desporto, em que apenas algumas equipas passam para a eliminatória seguinte. Nem sempre essas equipas são as maiores, mas sim as que estão melhor preparadas.
Atravessámos uma grande crise económica em 2008/2009 que se abateu sobre muitas empresas e negócios e obrigou as empresas a mudarem e a adaptarem-se a uma nova realidade. Agora atravessamos outra, e da mesma forma, será fundamental que as empresas evoluam e tenham a coragem de apostar no futuro para que consigam atravessar o tumulto e prosperar.
Compras online aumentam em Portugal
Desta vez e por motivos relacionados com o confinamento obrigatório a que todos (ou quase todos) fomos sujeitos, aumentou ainda mais uma procura já de si considerável pelas compras e consumo online, métodos de pagamento remotos e entregas facilitadas e rápidas.
Segundo informação da SIBS fornecida ao Dinheiro Vivo, “nas compras online, os setores que verificaram um maior aumento neste período foram entretenimento e cultura, que registou um aumento de 64%, comércio alimentar & retalho com um aumento de 45%, e restauração, food delivery e take away com um aumento de 52%”.
O aumento de 64% face à semana antes da pandemia no consumo e subscrições de conteúdos de entretenimento e audiovisuais online através de plataformas de streaming é facilmente compreensível (o número de subscritores da Netflix chegou aos 15,8 milhões de subscritores até 31 de março). E também era de esperar um aumento dos pedidos a domicílio de comida, e inclusivamente das compras efetuadas agora através dos sites ou das redes sociais dos principais hiperpermercados, o que levou mesmo a uma situação de colapso e atrasos consideráveis nas entregas, dado que só algumas das marcas mais estabelecidas, como o Continente ou o Intermarché, contavam já com uma loja online.
Mas o que dizer da compra online de produtos de perfumaria e cosmética, jogos e brinquedos ou no setor da decoração e artigos para o lar? Em alguns destes casos a eleição pela aquisição virtual não seria tão óbvia, dado que não são produtos de primeira necessidade, mas a segurança sanitária impõe-se sobre qualquer outra questão, e um teclado e o acesso à internet são ferramentas que passaram a fazer parte do processo de compra de praticamente qualquer produto.
Do outro lado, no âmbito empresarial, e principalmente entre as pequenas e médias empresas, foi necessário proceder a ajustes e adaptações ante este novo cenário, para poder manter-se em pé e preparar-se para a nova realidade que se avizinha. Muitas empresas que tinham modelos de negócio assentes nas lojas físicas e no relacionamento presencial, tiveram de se adaptar em tempo recorde e criar métodos de trabalho e atendimento remoto, tanto para os seus colaboradores como para os seus clientes.
Ter presença online e poder vender online é agora uma prioridade ou mesmo uma necessidade para empresas de praticamente todos os setores. E mesmo com o progressivo desconfinamento a que começamos a assistir no nosso país, é provável que muitos dos consumidores continuem a preferir comprar por este canal, seja por receio de ir a determinados lugares ou por simples comodidade.
Um exemplo de transição ao digital
Um dos setores que já se tem vindo a adaptar a este boom do e-commerce, mesmo antes do surgimento da pandemia, é o da venda de brindes publicitários para empresas. Para o comprovar, falámos com um dos responsáveis da Gift Campaign, uma empresa online que chegou ao mercado português em plena expansão da pandemia, no passado mês de março. Mas que já vinha preparada para fazer face aos novos desafios do mercado, tendo mesmo como principal objetivo revolucionar o mercado da venda de brindes publicitários personalizados em Portugal.
Com mais de 12 anos de experiência na venda de brindes de empresa, e líder no mercado espanhol, desde o início a empresa catalã apostou muito forte na criação de uma plataforma simples, eficaz e que permite aos seus clientes realizarem todo o tipo de interações através do site, replicando o offline no mundo digital com grande empenho e eficácia.
De acordo com Diederick de Koning, CEO da empresa, “cada vez mais, os clientes exigem facilidade e rapidez no processo de compra, sejam particulares ou empresas. Mas um pedido de orçamento, o envio de uma resposta, as dúvidas que surgem durante o processo… tudo isso pode demorar muito tempo, principalmente quando se trata de produtos personalizados”.
Por isso, uma das principais novidades da Gift Campaign consiste na agilização dos processos de compra online, dando a possibilidade ao utilizador de descarregar diretamente o orçamento, visualizar uma amostra virtual do artigo com o seu logotipo ou obter informação sobre a data de entrega de acordo com a configuração do brinde personalizado. Dessa forma, “o responsável de Marketing da empresa que deseja personalizar os seus brindes corporativos tem tudo o que precisa em poucos cliques: um orçamento para apresentar aos responsáveis da empresa internamente, uma amostra de como será o artigo publicitário e todos os detalhes exatos da compra, bem como a possibilidade de fazer pedidos diretamente pela página web, poupando tempo e dinheiro”, conclui De Koning.
Significa isto que o atendimento deixará de ser tão personalizado como antes? O fundador da Gift Campaign afirma que não. “Estas novas formas de trabalhar mais automatizadas não significam que se renuncia à atenção personalizada e ao suporte ao cliente em todos os pedidos”. No caso desta loja virtual, “os clientes contam com o aconselhamento de especialistas, que estão sempre disponíveis para detetar possíveis erros e apoiar o utilizar em tudo o que precisa, desde o primeiro contato até ao momento da entrega do produto”.
Este é apenas um exemplo prático de um setor que já vinha a adaptar-se a estas mudanças nos hábitos de consumo dos portugueses. Mudanças essas que já tinham dado sinais antes da crise, mas que agora se instalaram definitivamente no mercado durante o período de confinamento a que foram submetidos grande parte dos cidadãos.
Sem dúvida, o E-commerce não para de crescer em Portugal, e é muito provável que a adaptação ao digital não tenha volta atrás. Pelo contrário, esta crise é apenas um primeiro passo (forçado, em alguns casos), de uma revolução tecnológica que será fundamental para garantir a sobrevivência de muitos negócios e a recuperação do consumo e da economia.