OM Expo Lisboa 2011 – Rescaldo

No rescaldo do OM Expo Lisboa 2011, vou deixar aqui algumas das principais ideias que recolhi para quem não pode atender e para os amigos brasileiros que acompanham o blog, para os quais seria naturalmente mais difícil estarem presentes.

As apresentações foram interessantes para quem estava a dar os primeiros passos nestas áreas, mas para mim, nem tanto, com exceção de uma que falarei mais à frente.

Mas antes disso, quero agradecer os vários emails que recebi ao meu email de convite para o evento com o desconto que enviei apenas aos assinantes do blog, pois os comentários foram muito agradáveis, e eu como sou um tipo que até gosta de receber feedback :), aqui fica o meu obrigado a quem respondeu a esse email.

Posto isto, vamos lá então.

A começar pela organização, devo dizer que fiquei algo desiludido. Primeiro, para conseguir estacionar demorei mais tempo do que para chegar lá (e tenham em conta que foi em Lisboa em hora da ponta), depois a sala principal tinha momentos que mais parecia uma sauna, e para terminar em beleza, não havia algo tão básico como água ou café para quem estava a atender ao evento.

Ainda vislumbrei umas garrafas de água, mas rapidamente percebi que eram apenas para quem estava a “palestrar”. Triste. E se considerarmos que o café no Hotel onde foi o evento custava 2,5€ (5 vezes mais do que num café “normal”), ainda pior.

Enfim, para um evento cuja admissão custava qualquer coisa como 100€, acho que podiam ter muito melhores condições.

Tirando a organização e indo ao que interessa, posso dizer com algum conforto que não aprendi nada de novo. Achei até curioso que algumas apresentações tratavam temas que já falei aqui no blog, com conteúdos muito semelhantes, embora num formato e com uma apresentação à altura do evento.

Havia 2 salas com apresentações em simultâneo, sendo que eu estive praticamente o dia inteiro na sala principal, onde estavam as apresentações que me interessava assistir.

Nesta sala assisti a quase todas as presentações (falhei um ou duas de manhã, graças à história do estacionamento), mas aquelas que eu quero destacar para vocês são as seguintes:

  • Email, Social and the Art of Storytelling, por Nick Heys, CEO da Emailvision
  • Workshop: how to get the best of facebook for your business, por German Martinez do Facebook
  • Why and How should brands use Facebook? por Thomas Jestin, co-fundador da KRDS
  • Web Marketing ao Resultado, por Christophe Matos, Country Manager para Portugal da Netaffiliation

Sobre a primeira, fiquei muito desiludido, talvez porque era a que tinha mais espetativas. A verdade é que o Nick Heys, além de promover a ferramenta da sua empresa, pouco mais disse do que usar histórias é uma excelente forma de criar laços com as pessoas (algo que eu já sabia), dar um ou dois exemplos de como algumas empresas o fizeram com sucesso (o que é sempre interessante), mas aquilo que eu queria ver, nada.

O que eu queria mesmo ver era a Art of Storytelling, porque a meu ver, é uma área que está muito pouco explorada em Portugal e em português, e pensei que ainda fosse aprender algo sobre este tema, tipo uma técnica interessante ou uma abordagem inovadora, já que, apesar de já ter aprendido umas dicas interessantes com alguns experts, a verdade é que podemos sempre aprender mais. Mas infelizmente, não foi o caso.

Depois, veio o workshop de German Martinez do Facebook, que não me desiludiu nada. Eu estava à espera que ele centrasse a sua apresentação na venda de publicidade no Facebook, e ele não me desiludiu nada mesmo.

Primeiro, de workshop não teve nada. Segundo o meu conceito de workshop, este é um evento prático, e não apenas debitar textos sobre os anúncios do Facebook, os vários tipos de anúncios, etc, do princípio ao fim.

Não tendo ficado desiludido, fiquei um pouco triste porque aparentemente, “nós por cá” não merecemos melhor do gigante Facebook, senão a venda de publicidade. Até porque fiquei a saber há pouco tempo, que a única representação que o Facebook tem em Portugal, e aparentemente, Espanha também, é uma equipa comercial (leia-se para vender publicidade).

Enfim, é o que temos.

Depois, veio a apresentação, que na minha opinião todos deviam ter assistido. Sublinhe-se TODOS!

Uma apresentação que eu não dava nada por ela, e na minha opinião, foi a melhor de todas. Mais reveladora, melhor estruturada e mais educativa.

Quem esteve com atenção à apresentação do Thomas Jestin da KRDS, teve tudo para aprender muito em pouco tempo e tirar muitas notas.

Ele conseguiu fazer em pouco tempo e de forma a que todos percebessem, uma apresentação concisa, sem fluff, recheada de conteúdo relevante e explicada de forma muito clara e objetiva sobre o porquê e como as marcas (ou empresas) devem estar presentes no Facebook.

Lembrei-me várias vezes da série de artigos que publiquei recentemente sobre o Guia Prático para o Sucesso no Facebook, pois muitos dos conteúdos eram semelhantes. Naturalmente que haviam diferenças, e algumas coisas estavam explicadas de forma ainda melhor do que eu fiz aqui no blog, sendo que, fazer uma apresentação e explicar as coisas ao vivo tem necessariamente muito maior eficácia do que apenas escrever sobre elas. Ainda assim, ele teve muito mérito pois a apresentação estava muito bem construída e incidiu em pontos muito interessantes, como são as várias fases do contacto com as pessoas no Facebook, como se deve começar, o que se deve fazer e porquê, entre outros.

Estou certo que se vocês tivessem assistido a esta apresentação, teriam gostado muito.

Por último, também gostei da apresentação do Christophe Matos da Netaffiliation e já tive a oportunidade de lhe dizer isso, já que estamos ligados no Facebook.

Embora não me tenha trazido conhecimento acrescido a mim pessoalmente, conseguiu na minha opinião, explicar muito bem a forma de funcionamento da Netaffiliation. Além disso, abordou um conceito que eu também já falei num ebook que lancei em 2010 chamado “O Segredo do eSucesso” e também aqui no blog há algum tempo embora numa vertente mais prática, no artigo sobre como criar banners que resultam, e que está relacionado com a formula A.I.D.A. (Atenção, Interesse, Desejo e Ação), que embora não seja propriamente uma novidade, é algo que quando bem implementado, tem resultados muito bons.

Outro ponto muito positivo e que tornou esta apresentação mais interessante foi a sua utilização de analogias à vida real, para explicar a formula A.I.D.A. e as vantagens da sua implementação. Algo que poderá valer a pena da minha parte falar mais um pouco mais no futuro.

Falou-se também muito em Mobile Marketing, mas de forma pouco estruturada, isto é, quem não perceba nada de mobile continuou a não perceber, pois o que se falou foi muito sobre alguns exemplos reais de sucesso, mas não houve nenhuma apresentação (que eu tenha assistido) que tenha apresentado com detalhe o abc do mobile marketing, que me parece que teria sido muito útil a quem estava a assistir.

De uma forma geral, acho que o evento estava mais destinado a pessoas com poucos conhecimentos na área do Web Marketing e não tanto a marketeers com conhecimentos avançados. Talvez por isso, eu tenha saído do evento com uma sensação de espetativas falhadas.

Talvez a próxima seja melhor. Ou talvez para a próxima, seja eu a organizar um evento mais underground, mais prático e direito ao assunto… Quem sabe? 🙂

NOTA: com underground, não me refiro a nada ilegal :), mas sim ao fato de não contar com tanta visibilidade e presenças “ilustres”.